Restou-me esta tristeza tão doída
Sozinho e repetindo o descompasso
O mau humor lotou meu pouco espaço
Fiquei aqui sem sono nem saída
Sobrei, pior, rastejo em minha vida
E caravanas ladram quando eu passo
Memórias promovendo um panelaço
Pedindo a direção que foi perdida
Fiquei com microondas, frigobar
E a cada dia mais roto e largado
Querendo e tendo medo de encontrá-la
Só eu, sem lado ou voz, sem vez nem par
Sofrendo e tendo dó do meu estado
Vagando à noite neste quarto-e-sala.
nave vaga (de meu poema "é agora réstia")
ResponderExcluiré a conjunção entre o que escrevi hoje e esse seu escrito, Nilson.
declinar o olhar no outro é o convergir para si mesmo e estar apaixonado é o caminho inverso, um ciclo que pode fazer crescer e ao mesmo doer demais.
o seu poema desvela bem esse caminho da amplitude na pequenez do espaço quarto-sala, que pra mim fala alegoricamente de sentimento-razão como díspares em um só conjugado.
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gosto de ler você, desperta o que poucos conseguem: a dialética em mim.