terça-feira, 4 de agosto de 2020

A quem caiu aqui...

Salve! 
Valeu pela visita, mas o blog está desativado.
Meus poemas podem ser lidos em https://www.facebook.com/pequenoz.defeitoz/ 
Já que veio até aqui, aparece lá!
Grato, boas leituras.

terça-feira, 3 de outubro de 2017

lugarzinho sossegado

Iniciei esse blog no começo de 2010, se bem me lembro, com a intenção de um lugar para colocar minhas poesias. Pretendia postar aqui tudo que escrevesse, de forma a ter onde buscar e encontrar qualquer poema.
Depois apareceram alguns leitores, e por vaidade me abstive de postar coisas textos muito fracos. Depois, pensando em publicar e participar de concursos de poesias, deletei ou deixei de postar poemas por causa das cobranças pelo tal "ineditismo", e o blog ficou para mais um canal de divulgação.
E no fim das contas, acabou que o blog não atingiu os objetivos originais, nem serviu para os posteriores. E está, já há algum tempo, meio que abandonado.


Mas nem era sobre isso, era que saiu meu e-book, e vou deixar o link aqui:

http://trovartpublications.blogspot.com.br/2017/08/pequenos-defeitos.html


https://pt.scribd.com/document/357439009/PEQUENOS-DEFEITOS




domingo, 1 de outubro de 2017

repetido

meu soneto será fotografia
do cara que repete a cara feia
pingando lento, cá da minha veia
pra folha de papel. e todo dia

repito esse processo, todo dia
o mesmo movimento se encadeia:
dou meia volta e volto, volta e meia
ao ponto de onde a pena partiria

se escavo a fossa afunda, nunca acaba
e lá no fundo o mundo me desaba
a tudo inunda a mágoa na cabeça

soneto me assimila o sem sentido
simula e me reflete repetido
permite que eu me lembre ou que me esqueça

terça-feira, 29 de agosto de 2017

aniversário

valeus, meus camaradas, agradeço
as felicitações, suas lembranças
a gente vai ficando e o tempo avança
deixando-nos finais e recomeços

o tempo passa, lava e cobra o preço
e eu pago, muito bravo co a cobrança
por isso fico velho e mais criança
me lembro mas já nem me reconheço

e a gente é tão feliz que fica triste
por existir tão pouco - o tempo existe!
faminto, impiedoso e solitário

melhor deixar pra lá, que a gente surta
vontade é muito longa, à noite, curta
eu vou comemorar o aniversário!

sexta-feira, 31 de março de 2017

Reserva de mercado

"você diz que sabe muito, vagalume sabe mais/                                                                vagalume acende a bunda, coisa que você não faz" Tibilk
Disseram, poesia não é isto
que faço ao sonetar sobre o que eu acho
querer-me imperador, ver_me capacho
arrotar heresia, achar_me o Cristo

que eu devia parar pois sou malquisto
porque, muito obviamente, não me encaixo
não saco que o buraco é mais embaixo
não tenho o passaporte, a senha, o visto

Sou contra essa reserva de mercado
mas por mim tá de boa, é sossegado
eu deixo essas batatas, sem ciúmes

se a escrita é só pra gente tão profunda
que é culta, inteligente e acende a bunda
melhor até que os próprios vagalumes

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

o tempo, que atravessa e queima pontes

o tempo, que atravessa e queima pontes
é o mesmo que, saudoso, se arrepende

é novo, crê que há glórias no horizonte
e é velho, cura as chagas no presente

o tempo, que não cura nem responde
é o mesmo que ameniza e até resolve
é novo, planta o sonho e voa longe
e é velho, logo saca seu revólver

o tempo, que nos bate de porrete
é o mesmo em que o pecado se comete
é novo quando estende seu tapete

e é velho quando o efêmero derrete
é novo, mas também é sabonete
e é velho, mas também é um pivete

domingo, 30 de outubro de 2016

ódio

eu não supero a raiva, odeio forte
e tremo de desejo de vingança
um sentimento vil, que não amansa
cortante, e que procura algo que corte

é o próprio combustível e transporte
a cópia cancerosa da esperança
meu ódio, ele se esbalda na matança
mas não se satisfaz sequer co a morte

enoja, me apodrece, gasta e rança
também revitaliza e reconforta
me serve como escudo e como lança

dá gana pra chegar co os pés na porta
me leva onde a clemência não alcança
e ensina que inocência é coisa morta

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

à esposa

que eu amo há tantos anos sem poemas
sem música, sem métrica nem rima
sem forma definida, muito acima
e além de planos, método ou sistema

assim esse soneto só blasfema
o amor, que o melhor texto o subestima
até porque não sou quem bem exprima
o sentimento em letras ou fonemas

mas digo: te encontrar foi muita sorte
a moça massa, a mina foda e forte
consorte e musa em todo e qualquer tema

amor que em mim é a própria poesia
te amo mais que um verso apontaria
por mais legal que fosse o tal poema