sábado, 21 de agosto de 2010

Amo-te

Amo-te tanto que te quero morta
Que diminuas, vires só lembrança
Pois some, bate atrás de ti a porta
E jamais voltes, pago-te a mudança

Ou corres risco de eu querer vingança
Dum sentimento que só desconforta
Quando de noite sobre mim avança
Então me oprime, drena, até me entorta

Amo-te tanto, e é muito perigoso
Qualquer bom tempo sempre é antegozo
De acontecências de tragédia e horror

Amo-te muito, não quero por isso
Ficar tão perto, sei do precipício
E do tormento desse meu amor!

4 comentários:

  1. Certamente um grande amor passa por aí. Mas tentei ler esse soneto como quem fala diante o espelho sobre o amor próprio. Dessa dicotomia não há separação ou fulga.

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  2. amores tanto encarnados quanto nocivos, não sei onde é o limite do bem/mal querer. o que sei é que o escrito faz refletir sobre "amor". gosto da maneira que escreve!

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  3. E um amar assim enlouquece...Sempre prazeiroso ler-te, Nilson. Beijos, Poeta.

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  4. Gratíssimo.

    A intenção é provocar nessas junções, amor, bem/mal querer, dependência, vontade de domínio, paixões.

    Feliz que só com as presenças, salve, salve!!

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