sexta-feira, 9 de julho de 2010

Perdendo dentes

Definitivo fosse o verso e se acabasse
qualquer intento para o resto do futuro
fosse inteiriço e mais potente que esconjuro
e depois desse qualquer lira fracassasse

Definitiva fosse a frase e não restasse
que não repita, que não diga muito tarde
Silenciassem ecos, gritos, falso alarde
e fosse enfim o mais perfeito desenlace

Mas sinalizam as garrafas para os mares
muitos lugares entre ventos e correntes
vate-engrenagem gira em torno do presente
perdendo dentes, às centenas, aos milhares

e brotam vozes pelos poros, cotovelos...
Olhos enormes, quem será que pode vê-los?

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