sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

livre iniciativa

Eu não faço nada, o poema, sozinho
se sai declamando, se escreve e se inspira
confessa e arrepende, então chora, suspira...
...eu fico assistindo tomando meu vinho!

Poema se achando mais flor do que espinho
faz pose e quer brilho, tem sonhos de lira
se vê em molduras, no espelho se admira
enquanto eu o observo, vaidoso e mesquinho.

Poema confuso, o poeta, um omisso
não viu nada disso, servil, não fez conta
engana que é gosto, perdoa que é vício

distrai-se com rimas, não deixa uma ponta
repete a desculpa "eu não fiz nada disso
brotou todo escrito, que a  coisa vem pronta".

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