terça-feira, 3 de maio de 2011

Cais

servo do bizarro
fixa os olhos no petróleo
para nossos carros

mais lama derrame
enquanto invade a Tailândia
um outro tsunami

(mas isso é raso, lógica simplista
montando uma equação de perda e ganho
o mundo é pra você o mesmo estranho
embora seu tamanho salte à vista)

degelo se faça
desabe desde a Antártica
até nossa taça

floresta se queime
decerto algo se preserva
no vídeo game

(de novo impera a lógica mais rasa
desastres surgem junto do argumento
perdido entre mentiras e lamentos
seu mundo nem parece a minha casa)

há centro e limite
relembre a fúria do tempo
ao nosso apetite

espasmo daqui
faz votos de terremoto
e vai ao Haiti

(o medo quer manter a vida acesa
e espera que sejamos sustentáveis
mas sermos destrutivos, descartáveis
faz parte dessa estranha natureza)

3 comentários:

  1. Olá Nilson!
    Nao pude deixar de ler e de elogiar pelo lindo poema!
    Reparando nas estrofes feitas em decassílabos heróicos também, aliás, muito belas com uma ótima finalização!

    Bem, convido-o a me fazer uma visita e, se lhe agradar, proponho uma troca de links entre nossos blogs para firmarmos contato.
    abs
    Leonardo Dognani
    www.florestadeversos.wordpress.com

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  2. Oi, Nilson.
    Tecnicamente teu texto foi muito bem definido por Leonardo Dognani além de contextualmente estar muito bem colocado!
    Beijos.

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  3. Agradecido pela leitura, Leonardo. Vou visitá-lo.

    Abraço.


    Elisa, muito grato pela presença.

    Beijo.

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