ofertam seus serviços e atributos
circulam carros lentos, vários putos
perguntam preço, pedem fantasia
e - regra de mercado - negociam
fetiches, taras, permissões, minutos
cavalas dadas mostram dentaduras
com hálitos de menta e de malícia
certezas e segredos são premissas
desejos e vaidades queimam freios
sussurros solitários pedem beijo
insatisfeitas lábias à procura
à noite alguns desejos ganham fúria
e tons enrubescidos são desfeitos
de madrugada o nome faz sentido
e a puta assume a máscara que cria
patroa, amiga e a própria criatura
rebola entre a cobiça e a água fria
ciente que alma triste não tem cura
também sabe que um trago já alivia
e o dia que alvorece tão sem culpa
ofende como fosse hipocrisia
Caramba! Que poema!
ResponderExcluir