agora a desculpa é difícil
de exposto a qualquer sacrifício
eu quero persigo
carrego comigo
e o tempo consuma meu vício
agora não guardo segredo
nem volto pra casca tão cedo
estampo meu grito
cansaço conflito
e a vida modele outro enredo
agora o destino dispensa
as exclamações reticências
o olho o ouvido
o senso o sentido
ensinam cinismo à consciência
sábado, 30 de janeiro de 2016
domingo, 24 de janeiro de 2016
Recado
acontece que sei que seis leitores
visitam minhas páginas estranhas
e me perdoam linhas tão tacanhas
clichês, algum nonsense, os maus humores
e enxergam coisas boas nos meus textos
e embora saiba (eu sei!) que não mereço
tal gentileza ajuda no processo
e o seu apreço é meu melhor pretexto
refaço então meus versos re-sentidos
como quem diz mentira ao pré do olvido
já que não crio há tempos nada inédito
e o blog assim não fica tão inerte
meu verso velho volta e se diverte
enquanto eu agradeço e gasto o crédito.
visitam minhas páginas estranhas
e me perdoam linhas tão tacanhas
clichês, algum nonsense, os maus humores
e enxergam coisas boas nos meus textos
e embora saiba (eu sei!) que não mereço
tal gentileza ajuda no processo
e o seu apreço é meu melhor pretexto
refaço então meus versos re-sentidos
como quem diz mentira ao pré do olvido
já que não crio há tempos nada inédito
e o blog assim não fica tão inerte
meu verso velho volta e se diverte
enquanto eu agradeço e gasto o crédito.
sexta-feira, 22 de janeiro de 2016
pacabá
eu planto sim, mas só pro meu consumo
ficar puxando o saco? ah, mano, pára
sei bem o quanto amigo é coisa rara
nos dedos de uma mão faço o resumo
à falsidade nunca me acostumo
safado tirand' onda co'a mi'a cara
o sangue ferve, truta, o coração dispara
e perco a paciência, o ritmo e o prumo
podia estar matando, estar num furto
mas fico aqui de boa, véi, eu curto
botar minhas bobagens num papel
no mais fundo da mente eu sou favela
e enquanto a outra é longe, etérea e bela
a minha musa é boa e dança créu
terça-feira, 19 de janeiro de 2016
Trottoir
é noite e microssaias nos passeios
ofertam seus serviços e atributos
circulam carros lentos, vários putos
perguntam preço, pedem fantasia
e - regra de mercado - negociam
fetiches, taras, permissões, minutos
cavalas dadas mostram dentaduras
com hálitos de menta e de malícia
certezas e segredos são premissas
desejos e vaidades queimam freios
sussurros solitários pedem beijo
insatisfeitas lábias à procura
à noite alguns desejos ganham fúria
e tons enrubescidos são desfeitos
de madrugada o nome faz sentido
e a puta assume a máscara que cria
patroa, amiga e a própria criatura
rebola entre a cobiça e a água fria
ciente que alma triste não tem cura
também sabe que um trago já alivia
e o dia que alvorece tão sem culpa
ofende como fosse hipocrisia
sábado, 16 de janeiro de 2016
Quarenta
completo em breve os meus quarenta anos
dois terços desta vida, eu imagino
é claro, não conheço meu destino
mas, como tantos outros, faço planos
para estes planos dou-me vinte anos
até que a morte chegue com seus sinos
portanto em vinte anos eu termino
meu livro e deixo ao tempo soberano
serei feliz ou triste? vale a pena?
a solução não cabe no poema
o verso não diz preço nem tem nome
se há alma não me arrisco, achei pequena
a vida (e é cada um com seus problemas)
e o tempo me consuma e me consome.
dois terços desta vida, eu imagino
é claro, não conheço meu destino
mas, como tantos outros, faço planos
para estes planos dou-me vinte anos
até que a morte chegue com seus sinos
portanto em vinte anos eu termino
meu livro e deixo ao tempo soberano
serei feliz ou triste? vale a pena?
a solução não cabe no poema
o verso não diz preço nem tem nome
se há alma não me arrisco, achei pequena
a vida (e é cada um com seus problemas)
e o tempo me consuma e me consome.
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