Pisando em ossos, tudo é morte e nos convida
À derrocada, a desistir desse cansaço
Desse acidente, desse horror chamado vida
Feita de dores, de incertezas e fracasso
Penando expulsos, retirantes sem saída,
Vão nossos olhos para novos endereços
Nos apoiamos nas tragédias reunidas
Em nossos corpos, carregados aos tropeços
Pois caminhamos doloridos, transtornados
Emudecidos sob um céu de desconsolos
Nossos lamentos cada vez mais ressecados
Pela miséria, pelo infértil desses solos
Abandonados, desespero e desconforto
Até que o corpo ache descanso, tombe morto
Lindo Nilson !!! E com tanto sentimento,
ResponderExcluircomo na música "Retirante" de Gilberto Gil.
Me encantei ! ! !
Agradecido, Rogéria, feliz com sua leitura.
ResponderExcluirFiz esse texto no Desafio dos Escritores, o mote era o quadro Retirantes, de Cândido Portinari.
A música do Gil eu não conhecia, estou ouvindo (e gostando) agora. ValeuS.
Beijo.