Somos Anitas, somos Plínios, somos Mários
e construímos como artistas verdadeiros
de muitas raças, muitas crenças, somos vários
como tijolos empilhados nos canteiros
Na mais-valia nos sabemos operários
uns novos Judas nos vendendo por dinheiros
No chão das fábricas, por míseros salários
deixamos fibras, nossas vozes, nossos cheiros
Manufaturas todas levam nossos traços
são nossos braços que produzem as riquezas
Sobram fraqueza, a pele opaca, os olhos baços
dão-nos cansaços e as rotinas e as tristezas
nossa certeza: o tempo escasso e o pouco espaço
corpo em pedaços, que nossa alma siga ilesa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário