Aqui neste papel eu deixo o agora
O tempo - meu presente e algum futuro
Transmito o pensamento e me asseguro
Que o pensamento siga tempo a fora
Aqui, meu céu, chiqueiro em que chafurdo
É onde estou mais vivo e mais inteiro
E o verso é minha música e letreiro
Embora eu siga insano e cego e surdo
Minha esperança plena e o mau agouro
O surto, o senso, o esgoto e meu tesouro
Meu sonho, meu desastre e meu conflito
Tomando forma, fazem-se sujeitos
E eu viro o objeto e, menos que um conceito,
Aqui neste papel eu fico escrito.
Aqui, senti o Nilson nos tempos que nos condenam. Muito bom, velho companheiro.
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