Porque não tenho asas ou motores
Porque não manipulo gravidades
Sou lúcido, provável e evidente
que viram todos primeiro
Um desejo à que se nega
o desastre da existência
(criança pulei do muro
com toalha no pescoço)
Porque sonho livre avoua
E eu não vou além da jaula
Peçonhento caminhante
que não tem nem viu leveza
Porque não crê em asas nem motores
Porque não manipula a gravidade.
sábado, 30 de julho de 2011
domingo, 10 de julho de 2011
Versos num papel
Aqui neste papel eu deixo o agora
O tempo - meu presente e algum futuro
Transmito o pensamento e me asseguro
Que o pensamento siga tempo a fora
Aqui, meu céu, chiqueiro em que chafurdo
É onde estou mais vivo e mais inteiro
E o verso é minha música e letreiro
Embora eu siga insano e cego e surdo
Minha esperança plena e o mau agouro
O surto, o senso, o esgoto e meu tesouro
Meu sonho, meu desastre e meu conflito
Tomando forma, fazem-se sujeitos
E eu viro o objeto e, menos que um conceito,
Aqui neste papel eu fico escrito.
O tempo - meu presente e algum futuro
Transmito o pensamento e me asseguro
Que o pensamento siga tempo a fora
Aqui, meu céu, chiqueiro em que chafurdo
É onde estou mais vivo e mais inteiro
E o verso é minha música e letreiro
Embora eu siga insano e cego e surdo
Minha esperança plena e o mau agouro
O surto, o senso, o esgoto e meu tesouro
Meu sonho, meu desastre e meu conflito
Tomando forma, fazem-se sujeitos
E eu viro o objeto e, menos que um conceito,
Aqui neste papel eu fico escrito.
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