Morramos, pois iremos aos velórios
e anotaremos nomes nos jornais
diremos “foi um santo esse rapaz
em tudo tão incrível e notório”
Esgotaremos nosso repertório
de loas, elogios imorais
Repetiremos velhos rituais
diante duma cova ou crematório
Confusos e assustados como bichos
que somos de inverdades e cochichos
em meio às paranóias do não-vida
Morramos, pois o dia é tão propício
Morramos, pra que a festa tenha início
Morramos todos, bestas suicidas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário