Dos longes de ironias mais antigas
Até as finas facas dessas brigas
Duvido como fosse cor de sonho
Desde a pura alegria ao mais tristonho
E já que se explodiram big bangs
após consagração desses améns
não há razão com força de certeza
nenhuma convicção salvou-se ilesa
De galáxias longínquas, digo nada
É ritmo, rima, métrica e piada
Um som e só, ensaio pra assovios
E pensamento é vento de invisível
Gestante, por incresça que parível
Do vácuo prenhe vazam mais vazios.
terça-feira, 23 de novembro de 2010
terça-feira, 16 de novembro de 2010
Duas palavrinhas
duas palavrinhas já bastam
fiquemos com poucas, vagarosamente
rosam poucas vagas
duas já, fiquemos
palavras ficam
pouco
vagam mentes (duas)
mentem poucas palavrinhas,
já bastamos de vagar
(rinhas vagas
ocas)
bastam duas
bocas palavras.
fiquemos com poucas, vagarosamente
rosam poucas vagas
duas já, fiquemos
palavras ficam
pouco
vagam mentes (duas)
mentem poucas palavrinhas,
já bastamos de vagar
(rinhas vagas
ocas)
bastam duas
bocas palavras.
segunda-feira, 15 de novembro de 2010
Adorno
canetas não andam sozinhas
ninguém rouba vozes dos verbos
as letras se forçam calores
matéria e etéreo
poemas não sofrem de amores
nem loucos revelam mistérios
mas ficam conceitos e lendas,
de laudas e linhas e versos
escondem-se ali desertores
disfarçam auréolas e caudas
propõem grandezas e rinhas,
o sangue e a fada
é credo, não mudo nem cedo
algum arremedo de febre
concebe nas frestas de muros
uns claros e escuros de gatos e lebres.
ninguém rouba vozes dos verbos
as letras se forçam calores
matéria e etéreo
poemas não sofrem de amores
nem loucos revelam mistérios
mas ficam conceitos e lendas,
de laudas e linhas e versos
escondem-se ali desertores
disfarçam auréolas e caudas
propõem grandezas e rinhas,
o sangue e a fada
é credo, não mudo nem cedo
algum arremedo de febre
concebe nas frestas de muros
uns claros e escuros de gatos e lebres.
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
Madrigal
teu beijo e madrugada se eterniza
aflita minha tara
o cheiro de horizonte nessa brisa
achada rima rara
a desculpa precisa
a noite se enciúma enquanto aclara
madruga um beijo a noite fica insone
meu corpo sem acordo
a fome fica enorme quando mordo
e o gosto tem teu nome.
aflita minha tara
o cheiro de horizonte nessa brisa
achada rima rara
a desculpa precisa
a noite se enciúma enquanto aclara
madruga um beijo a noite fica insone
meu corpo sem acordo
a fome fica enorme quando mordo
e o gosto tem teu nome.
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