o tempo, que atravessa e queima pontes
é o mesmo que, saudoso, se arrepende
é novo, crê que há glórias no horizonte
e é velho, cura as chagas no presente
o tempo, que não cura nem responde
é o mesmo que ameniza e até resolve
é novo, planta o sonho e voa longe
e é velho, logo saca seu revólver
o tempo, que nos bate de porrete
é o mesmo em que o pecado se comete
é novo quando estende seu tapete
e é velho quando o efêmero derrete
é novo, mas também é sabonete
e é velho, mas também é um pivete