segunda-feira, 21 de setembro de 2015

preamar

a lua brilha intensa, o mar aumenta
enquanto a pedra ecoa a voz do vento
a areia aonde a onda se arrebenta
convida à caminhada em passo lento

é preamar, mar cresce e se acrescenta
à praia, à pedra, ao próprio pensamento
pois a maré, bem mais do que aparenta,
desvenda o amor no mar por um momento

é maré cheia, amor, a lua enorme
banhou de luz a noite, e o mundo dorme
alheio ao espetáculo terrestre

o céu, a noite, o amor, o mar imenso
transborda e toma a praia, é quando eu penso:
amar é a maré e o mar é mestre.

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Raízes africanas

não é só culinária: o mungunzá
quibebe, vatapá, jiló, tutu
canjica, feijoada, efó, o angu
cuscuz, farofa, ebó, dendê, fubá

nem é só som: o samba, o caxangá
batuque, o berimbau, o caxambu
a milonga, o agogô, guaiá, lundu
xirê pra celebrar meu orixá

ou Machado de Assis, Zumbi, Pelé
maracatu, calunga, o candomblé,
não é só ginga e gíria suburbana

Em tudo que me alegra e no que acalma
na história, na cultura, e dentro da alma
há profundas raízes africanas.