sábado, 12 de março de 2016

pressa

há justificativa pra essa pressa
ou já nem sabes mais pra onde iria?
a agenda, que te acaba, recomeça
tão cheia e ao mesmo tempo tão vazia

tem hora e compromisso, noite e dia
e é tudo que te importa e te interessa
há justificativa pra essa pressa
ou já nem sabes mais pra onde iria?

se acaso ocorre atraso já te estressas
até no teu prazer há correria
com o olho no relógio, e mais depressa
te pões a devorar comida fria
há justificativa pra essa pressa?

quinta-feira, 3 de março de 2016

Pai

lá dentro do caixão está meu velho
e agora já não posso ser o filho
os pêsames ressoam estribilhos
repetem-se pesares e conselhos

meu pai lá no caixão está defunto
nem é ele que está, já não existe
e eu sinto... o que que eu sinto? estarei triste?
estou pior que triste, eu morri junto

lá dentro do caixão termina o cara
com quem sempre contei até agora
foi forte, foi gentil, mas foi-se embora
e agora, caso eu caia, nada ampara

está morto, encerrado, acaba o homem
um corpo que se enterra e os vermes comem

quarta-feira, 2 de março de 2016

Apaixonado

enquanto eu ria vindo e me perdia
te fiz declarações em cada esquina
ensaiei as canções e poesias
(às vezes, me acordando, uma buzina)

enquanto eu vinha, bobo de alegria
repleto da paixão mais genuína
o mundo me encantava, em tudo eu via
motivos pra lembrar minha menina

sonhei este sorriso que aconchega
pintei coraçõezinhos no caminho
te trouxe de presente verso e flor

pois nada se compara  a ser piegas
rimar nosso desejo com carinho
e ver a nossa história a se compor